Preços dos alimentos apresentam estabilização em 2023, mas tendência de alta é esperada para o próximo ano
Comestíveis, um dos principais elementos presentes na cesta de consumo brasileira, estão trazendo um certo alívio para os consumidores em 2023. Após três anos consecutivos de aumentos significativos, os preços desses alimentos estão mostrando uma estabilização, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira.
De acordo com o IBGE, houve uma diminuição de 0,7% nos preços entre janeiro e outubro deste ano. Além disso, observou-se uma sequência de quatro meses seguidos de redução nos preços, a partir de junho até setembro. No acumulado do ano, essa queda nos preços é impulsionada principalmente pelos produtos como óleos e gorduras (-17,51%), tubérculos, raízes e vegetais (-14,54%), carnes (-11,08%) e aves e ovos (-8,06%).
Diversos fatores contribuíram para esse cenário favorável. Um deles é a excepcional safra agrícola do ciclo 2022/23, que registrou uma colheita recorde de 321,4 milhões de toneladas no Brasil. Além disso, os preços internacionais desses produtos se mantiveram estáveis.
O economista Alexandre Maluf destaca que a carne teve oito meses consecutivos de queda nos preços até setembro. Essa redução não está relacionada com promessas políticas para reduzir os valores dos alimentos, mas sim com um ciclo positivo em termos de custos da produção agrícola.
No entanto, não é esperado que essa tendência de queda nos preços continue nos próximos meses. Pelo contrário, espera-se um aumento nos preços dos alimentos ao longo de 2024. A estrategista de inflação Andréa Angelo de Warren Rena estima um crescimento de 6% nos preços dos comestíveis, com destaque para um pico em novembro.
Dentre os fatores que podem influenciar nesse aumento está a proximidade das férias de fim de ano, quando há um maior consumo de carne e produtos processados. Além disso, o fenômeno climático El Niño também é apontado como uma das principais razões para esse aumento nos preços. Esse fenômeno provoca mais chuvas no Sul/Sudeste e menos chuvas no Norte/Nordeste do Brasil, afetando a produção agrícola.
Os economistas entrevistados pela Gazeta do Povo afirmam que os impactos do El Niño serão mais sentidos em alimentos frescos do que em grãos. Apesar disso, espera-se que o fornecimento de grãos ainda se mantenha alto, contribuindo para uma diminuição nas cotações nos mercados internacionais.
É importante ressaltar que as pesquisas indicam uma possível recuperação das colheitas na Argentina, outro importante produtor agrícola da região. Essa condição pode ajudar a equilibrar alguns elementos mais suscetíveis às mudanças climáticas intensas.
Diante dessas perspectivas, é fundamental que os consumidores estejam atentos aos possíveis aumentos nos preços dos alimentos e façam um planejamento adequado para suas compras futuras.
Em suma, embora exista um certo alívio nos bolsos dos consumidores brasileiros em relação aos preços dos comestíveis em 2023, essa tendência de estabilização não deve se manter nos próximos meses. Diversos fatores, como o El Niño e as férias de fim de ano, podem impactar no aumento desses preços no próximo ano. Portanto, é importante permanecer informado e tomar as devidas precauções ao realizar suas compras no mercado alimentício.
Resumo da Notícia |
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Comestíveis estão trazendo alívio para os consumidores brasileiros em 2023 |
Preços desses alimentos estão se estabilizando após três anos consecutivos de aumentos |
Diminuição de 0,7% nos preços entre janeiro e outubro deste ano |
Queda nos preços impulsionada por produtos como óleos e gorduras, tubérculos, raízes e vegetais, carnes e aves e ovos |
Cenário favorável é resultado de excepcional safra agrícola e estabilidade dos preços internacionais |
Redução nos preços não deve continuar nos próximos meses |
Espera-se aumento nos preços dos alimentos ao longo de 2024 |
Fatores como férias de fim de ano e fenômeno climático El Niño podem influenciar no aumento dos preços |
Recuperação das colheitas na Argentina pode equilibrar elementos suscetíveis às mudanças climáticas |
Consumidores devem estar atentos aos possíveis aumentos e fazer um planejamento adequado |
Com informações do site Gazeta do Povo.