Cagece propõe a Arce mudar modelo de revisão tarifária a partir de 2025

No estado do Ceará, Brasil, tem havido discussões ao longo dos anos sobre a implementação de uma usina dessalinizadora, com o objetivo de garantir segurança hídrica durante períodos de seca intensa. Em 2017, essas discussões ganharam mais consistência com o plano de instalar a usina na Praia do Futuro, capital do estado.

Uma questão crucial levantada pelos cearenses é o impacto nas tarifas de água e esgoto. Embora seja louvável buscar soluções para os problemas relacionados ao clima na região, existe a preocupação compreensível de que os consumidores possam vir a pagar mais caro pelo serviço.

Em uma recente entrevista ao Sistema Verdes Mares, Neuri Freitas, presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), revelou que a água dessalinizada é mais cara do que a proveniente de rios e reservatórios. No entanto, ele ressaltou que ainda é cedo para fazer uma avaliação definitiva das tarifas, já que diversos fatores influenciam na determinação dos preços.

Freitas explicou que as tarifas não dependem apenas da condição da usina dessalinizadora, mas também das condições gerais da Cagece. Se os custos da planta aumentarem e nenhuma outra variável for alterada, então é possível que as tarifas aumentem. Por outro lado, se houver redução nas perdas proporcionadas pela usina e economia de custos para toda a Cagece, é possível que as tarifas diminuam.

Para buscar maior consistência nas tarifas, uma proposta foi apresentada à Agência Reguladora do Ceará (Arce) para modificações na forma como os ajustes tarifários são realizados pela Cagece. Isso visa evitar múltiplos ajustes seguidos por revisões tarifárias, o que poderia resultar em tarifas significativamente mais altas durante esses períodos.

Neuri Freitas explicou que os custos da Cagece são influenciados pelas flutuações nas taxas de câmbio e nos preços internacionais do petróleo, já que esse é um insumo essencial na construção de tubulações. Antes de implementar mudanças juntamente com a Arce, ele está aguardando a publicação de uma resolução pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) sobre essa questão.

A expectativa é que a resolução seja publicada no próximo ano e as mudanças no modelo de revisão tarifária entrem em vigor em 2025. Neuri Freitas enfatizou a importância de considerar todas as variáveis ao discutir aumentos ou diminuições nas tarifas, e não focar apenas no impacto da usina dessalinizadora. Ele ressaltou que é necessário levar em conta todos os processos e custos envolvidos, alguns dos quais podem aumentar enquanto outros podem diminuir.

Em relação à implementação dessa mudança, a proposta é estabelecer um plano tarifário para os próximos anos, exigindo planejamento antecipado e preparativos iniciados desde já pelos envolvidos.

Resumo da Notícia
No estado do Ceará, Brasil, tem havido discussões sobre a implementação de uma usina dessalinizadora na Praia do Futuro.
Uma questão crucial é o impacto nas tarifas de água e esgoto, que podem aumentar devido ao custo mais alto da água dessalinizada.
Neuri Freitas, presidente da Cagece, afirmou que as tarifas dependem de diversos fatores, incluindo os custos da usina e as condições gerais da empresa.
Uma proposta foi apresentada à Arce para modificar os ajustes tarifários e evitar aumentos excessivos durante períodos de revisão.
Os custos da Cagece são influenciados por flutuações nas taxas de câmbio e nos preços internacionais do petróleo.
A expectativa é que as mudanças no modelo de revisão tarifária entrem em vigor em 2025, após a publicação de uma resolução pela ANA.
É necessário considerar todas as variáveis ao discutir aumentos ou diminuições nas tarifas, não apenas o impacto da usina dessalinizadora.
A implementação dessa mudança exigirá planejamento antecipado e preparativos iniciados desde já pelos envolvidos.

Com informações do site Diário do Nordeste.

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