Bônus de produtividade compromete qualidade dos processos do INSS, aponta auditoria
O bônus de produtividade implantado no governo Bolsonaro para os funcionários do INSS teve resultados indesejados e comprometeu a qualidade da análise dos processos de benefícios. Além disso, alguns funcionários receberam gratificações acima do limite constitucional, ultrapassando o salário de um ministro do STF. Essas conclusões foram extraídas de uma auditoria da CGU que examinou os pagamentos entre 2019 e 2022.
O objetivo deste bônus, instituído em 2019 pelo governo federal, era agilizar a análise dos processos do INSS e diminuir a fila de solicitações de benefícios. Os funcionários seriam compensados adicionalmente por analisar esses processos fora do horário de trabalho. No entanto, segundo a CGU, o programa gastou R$ 292,5 milhões sem alcançar os resultados esperados.
Em resposta ao relatório da CGU, o INSS afirmou que se refere ao governo anterior e não irá comentar sobre essa especifica ação. Recentemente, o governo emitiu uma medida provisória criando um Programa para Abordar a Fila do Seguro Social, como uma alternativa ao bônus anterior. A eficácia dessa nova medida está sendo analisada pela CGU.
A CGU recomendou ao INSS que adote critérios claros para análise dos processos e implemente procedimentos de avaliação de qualidade para reduzir retrabalho e concessões irregulares. A auditoria também revelou que não houve controle adequado para garantir o pagamento dentro do limite constitucional aos funcionários do INSS.
Os dados revelam que alguns funcionários receberam gratificações mensais acima de R$ 50 mil. Cerca de 13 funcionários tiveram uma média mensal superior a esse valor, enquanto outros 39 receberam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. Por outro lado, um total de 50.114 funcionários ganhou menos de R$ 1 mil.
Consultas no Portal da Transparência também mostraram outros casos em que o limite máximo de remuneração para os funcionários foi desrespeitado. A falta de controle nesse sentido permitiu pagamentos acima do limite constitucional.
Um dos fatores que contribuíram para a diminuição da qualidade do processo foi o fato de o bônus ser pago fora do horário de trabalho. Isso levou alguns funcionários a serem menos produtivos durante as horas regulares e a priorizarem processos mais simples para garantir o bônus. Essa pressa resultou em um aumento nas revisões de casos.
A auditoria da CGU identificou que a taxa negativa para as solicitações iniciais na fila do programa de desempenho foi de 77%, maior que os 58,1% das análises regulares. Estes resultados indicam uma falha no sistema, prejudicando o objetivo principal do bônus.
Diante dessas informações, é fundamental que o INSS reveja suas práticas e implemente medidas eficazes para garantir uma análise adequada dos processos, evitando pagamentos irregulares e melhorando o atendimento aos beneficiários.
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O bônus de produtividade implantado no governo Bolsonaro para os funcionários do INSS teve resultados indesejados e comprometeu a qualidade da análise dos processos de benefícios. |
Alguns funcionários receberam gratificações acima do limite constitucional, ultrapassando o salário de um ministro do STF. |
A auditoria da CGU examinou os pagamentos entre 2019 e 2022. |
O objetivo do bônus era agilizar a análise dos processos do INSS e diminuir a fila de solicitações de benefícios. |
O programa gastou R$ 292,5 milhões sem alcançar os resultados esperados. |
O INSS não comentou sobre essa ação específica, mas emitiu uma medida provisória criando um Programa para Abordar a Fila do Seguro Social como alternativa ao bônus anterior. |
A CGU recomendou ao INSS que adote critérios claros para análise dos processos e implemente procedimentos de avaliação de qualidade. |
Não houve controle adequado para garantir o pagamento dentro do limite constitucional aos funcionários do INSS. |
Alguns funcionários receberam gratificações mensais acima de R$ 50 mil. |
Cerca de 13 funcionários tiveram uma média mensal superior a esse valor, enquanto outros 39 receberam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. |
Um total de 50.114 funcionários ganhou menos de R$ 1 mil. |
A falta de controle permitiu pagamentos acima do limite constitucional. |
O bônus pago fora do horário de trabalho levou alguns funcionários a serem menos produtivos durante as horas regulares e a priorizarem processos mais simples para garantir o bônus. |
A taxa negativa para as solicitações iniciais na fila do programa de desempenho foi de 77%, maior que os 58,1% das análises regulares. |
É fundamental que o INSS reveja suas práticas e implemente medidas eficazes para garantir uma análise adequada dos processos, evitando pagamentos irregulares e melhorando o atendimento aos beneficiários. |
Com informações do site Extra.