China enfrenta deflação e queda nas exportações

A China está passando por um fenômeno raro de deflação, com queda nos preços ao consumidor e ao produtor. Esse declínio nos preços está relacionado ao enfraquecimento da demanda tanto do consumidor quanto das empresas, após um crescimento inicial no primeiro trimestre.

Em julho, os preços ao consumidor caíram 0,3% em comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas. Essa queda surpreendeu os economistas, que previam uma redução de 0,4%. Além disso, as exportações da China tiveram uma queda de 14,5% em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado, o que é um sinal preocupante para a economia global.

Os preços ao produtor também apresentaram redução, sendo a décima contração mensal consecutiva. Em julho, os preços ao produtor caíram 4,4% em relação ao ano anterior, ligeiramente pior do que o esperado. Essa é a primeira vez desde novembro de 2020 que tanto os preços ao consumidor quanto os preços ao produtor estão encolhendo.

As razões por trás dessa deflação na China são múltiplas. A prolongada recessão no mercado imobiliário, a diminuição da demanda por exportações e o gasto moderado dos consumidores estão afetando negativamente a recuperação econômica. O Escritório Nacional de Estatísticas atribui essa redução temporária nos preços ao consumidor a uma base de comparação alta em relação ao ano anterior, mas afirma que a demanda do consumidor melhorou em julho.

Embora essa deflação seja considerada temporária, a recuperação dos preços ao consumidor será gradual, conforme apontado por Dong Lijuan, chefe estatístico do Escritório Nacional de Estatísticas. Além disso, a inflação subjacente, que exclui os custos voláteis de alimentos e energia, aumentou de 0,4% para 0,8%, indicando um nível moderado de demanda na economia.

Uma análise detalhada mostra redução nos preços de bens para o lar, alimentos e transporte, enquanto os preços dos serviços como lazer e educação aumentaram. Os economistas esperam que o IPC seja negativo apenas por um curto período e preveem um aumento nos preços dos alimentos e da energia no segundo semestre do ano.

Essa situação econômica levou à queda nos índices Hang Seng China Enterprises e CSI 300. No entanto, é importante observar que esse fenômeno de deflação também foi registrado no deflator do PIB chinês na primeira metade deste ano. O Fundo Monetário Internacional define a deflação como uma redução geral e persistente nos preços em toda a economia.

Em resumo, a China está enfrentando um raro período de deflação causado pelo enfraquecimento da demanda interna e das exportações. Embora se espere uma recuperação gradual dos preços ao consumidor, resta saber se essa tendência irá se manter ou se o país tomará medidas para reverter essa situação e estimular a economia.

NotíciaDados Importantes
China enfrenta deflação– Preços ao consumidor caíram 0,3% em julho
– Exportações da China caíram 14,5% em julho
– Preços ao produtor caíram 4,4% em julho
– Redução temporária atribuída a base de comparação alta
– Índice de Preços ao Consumidor se recuperará gradualmente
– Inflação subjacente aumentou de 0,4% para 0,8%
Razões da deflação– Prolongada recessão no mercado imobiliário
– Diminuição da demanda por exportações
– Gasto moderado dos consumidores
Expectativas futuras– Recuperação gradual dos preços ao consumidor
– Aumento nos preços dos alimentos e da energia no segundo semestre
Impacto nos índices– Queda nos índices Hang Seng China Enterprises e CSI 300
Consequências– Possível reversão da situação e estímulo à economia

Com informações do site Bloomberg Línea Brasil.

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