Redução da Selic terá impacto limitado a curto prazo, afirmam economistas
A redução de 0,5 pontos percentuais na principal taxa de juros do país, conhecida como Selic, foi anunciada recentemente e espera-se que tenha um impacto limitado a curto prazo, de acordo com os economistas consultados pelo renomado relatório.
A trajetória descendente das taxas de juros será lenta, o que significa que os cortes ou aumentos na Selic levam tempo para influenciar o custo do crédito e para que consumidores e empresas possam obter empréstimos com as novas taxas de juros.
É importante ressaltar que a população está altamente endividada, o que inibe os bancos de emprestar dinheiro mesmo com a redução da taxa. Isso ocorre porque a queda da Selic resulta em dinheiro mais barato, o que poderia possibilitar mais financiamento para investimentos e consumo, consequentemente impulsionando o crescimento econômico.
No entanto, especialistas como Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, apontam que o corte na Selic foi considerado “leve”, o que resultará apenas em um efeito marginal nos consumidores. Além disso, Silvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), destaca que os níveis de inadimplência ainda são elevados, desencorajando a demanda por crédito. Para famílias com alta dívida, as taxas de juros ainda continuarão altas e precisariam diminuir consideravelmente para iniciar um novo ciclo de empréstimos.
Por outro lado, as empresas sentirão um impacto mais imediato. Grande parte delas costuma financiar o capital de giro com base na Selic, portanto, poderão experimentar um certo alívio nesse aspecto. Segundo Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos, a taxa de juros para novos investimentos pode levar até nove meses para diminuir.
No mercado de capitais, prevê-se que as empresas não sofrerão um aumento significativo nos preços das ações. Os investidores já anteciparam a redução nas taxas de juros e já levaram em conta essa mudança nos preços das ações.
Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, destaca que as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e o próximo já consideram o corte na Selic. Portanto, não são esperadas alterações importantes devido à decisão do Copom. O C6 Bank estima que a taxa de juros encerrará o ano em 12% e chegará a 9,5% em 2024. Com base nessas estimativas, eles também projetam um crescimento do PIB de 2,5% este ano e 1% no próximo ano.
Dessa forma, fica evidente que embora o corte na Selic seja positivo para as empresas e possa ter impacto no longo prazo para consumidores endividados, seu efeito imediato ainda é limitado. A população precisa estar atenta às movimentações futuras do Banco Central quanto às taxas de juros e ao custo do crédito.
Resumo da Notícia |
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A redução de 0,5 pontos percentuais na taxa Selic foi anunciada recentemente |
O impacto a curto prazo é limitado e a trajetória descendente das taxas será lenta |
A população está altamente endividada, o que inibe os bancos de emprestar dinheiro |
O corte na Selic foi considerado “leve” e terá efeito marginal nos consumidores |
Os níveis de inadimplência ainda são elevados, desencorajando a demanda por crédito |
Empresas sentirão um impacto mais imediato, principalmente no financiamento de capital de giro |
No mercado de capitais, não são esperados aumentos significativos nos preços das ações |
As projeções de crescimento do PIB já consideram o corte na Selic |
O efeito imediato do corte na Selic é limitado, mas pode ter impacto no longo prazo |
Com informações do site InfoMoney.