Operação da PF desmantela esquema de fraude milionária no INSS na Bahia

Grupo que fraudou mais de R$ 2 milhões em benefícios do INSS é alvo de operação na Bahia

A Polícia Federal está conduzindo uma operação na região de Jequié, sudoeste da Bahia, nesta quarta-feira (9). A ação inclui quatro mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária. O alvo dessa operação é um grupo que liderava um esquema criminoso envolvendo falsificação de documentos públicos e fraudes para obter benefícios fraudulentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estima-se que o prejuízo total seja superior a R$ 2 milhões, resultantes de concessões fraudulentas e saques ilegais de benefícios previdenciários.

Além das medidas judiciais, também foi determinado o bloqueio judicial de mais de R$ 1,5 milhão nas contas e nos bens dos suspeitos. O INSS também tomou medidas imediatas para bloquear e cancelar todos os benefícios fraudulentos que estavam sendo recebidos pelos envolvidos. Os crimes investigados nessa operação incluem associação criminosa, falsificação de documentos públicos, estelionato qualificado e falsidade ideológica, cujas penas máximas podem chegar a mais de 15 anos de prisão.

“O Criador”, como foi denominada essa operação, está sendo realizada pela Polícia Federal em parceria com a Unidade Regional de Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência Social (NUINP/BA) e com o apoio do 19º Batalhão Militar da Polícia. As investigações tiveram início em 2022 após uma denúncia recebida na Delegacia da Polícia Federal em Vitória da Conquista, também localizada no sudoeste da Bahia. A denúncia relatava dificuldades enfrentadas por um cidadão de São Paulo ao tentar obter um benefício de pensão por morte para seu parceiro falecido em 2016. Na época, o solicitante suspeitou que seu parceiro nunca havia se casado e nunca tinha estado na Bahia.

Após investigações conjuntas com a NUINP e o uso do sistema de inteligência PROMETHEUS da Polícia Federal, foi confirmado que os supostos beneficiários do benefício de pensão por morte – cônjuges e filhos – não existiam de fato. Eles foram “criados” pelos suspeitos em 2016 com o único objetivo de obter vantagens ilícitas.

Conforme as investigações avançavam, a Polícia Federal e a NUINP descobriram que a mesma associação criminosa estava envolvida em outros sete casos fraudulentos de benefícios concedidos a pessoas fictícias com o mesmo propósito ilícito. Essa gangue era especializada em fraudar benefícios de pensão por morte de indivíduos falecidos em diferentes partes do Brasil (São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia) que não deixaram herdeiros ou dependentes legais elegíveis para receber esses benefícios previdenciários.

Foi identificado que uma única pessoa era responsável por sacar mensalmente fraudulentamente todos esses benefícios em bancos locais em Jequié. Além disso, através do cruzamento de dados, exames forenses e análise de inteligência, descobriu-se que a associação criminosa também havia criado uma empresa fictícia em Vitória da Conquista e adquirido 10 carros de luxo, cada um avaliado em cerca de R$ 180 mil.

Com informações do site Jornal Correio.