Operação Escudo: mais de 72% das prisões foram por delitos não violentos

Operação Escudo é deflagrada após morte de soldado em São Paulo

A Operação Escudo foi deflagrada na Baixada Santista, em São Paulo, após o trágico falecimento do soldado Patrick Bastos Reis durante uma patrulha policial. O objetivo principal da operação era capturar os responsáveis pelo crime e garantir a segurança na região.

Desde o início da ação, mais de cem pessoas foram detidas, mas um detalhe alarmante chama a atenção: **setenta e oito prisões em flagrante estão diretamente relacionadas a supostos crimes não violentos ou ameaças graves**. Aproximadamente **setenta e dois por cento das detenções correspondem a essas circunstâncias**.

Além disso, outras **quinze pessoas foram presas por falta de pagamento de pensão alimentícia**. Esses números levantam algumas questões sobre os critérios utilizados na seleção dos suspeitos que foram detidos.

O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, divulgou informações adicionais sobre a operação em suas redes sociais. Segundo ele, **trezentas e treze pessoas foram presas no total**. Dessa quantidade, **cento e treze delas eram procuradas pelo sistema judiciário e quinze eram adolescentes apreendidos**. Além disso, foram **apreendidas quarenta e quatro armas de fogo e setecentos e noventa quilogramas de drogas**.

Enquanto isso, a defesa pública de São Paulo manifestou preocupação com as possíveis violações dos direitos legais durante essa operação. Em um documento oficial assinado pelos coordenadores do NCDH (Centro Especializado em Cidadania e Direitos Humanos), os defensores públicos Fernanda Balera, Surrailly Youssef e Cecilia Nascimento recomendam à Secretaria de Segurança Pública a **interrupção imediata da operação ou a justificativa caso haja circunstâncias excepcionais para sua continuidade**.

Eles também citam alguns exemplos de prisões que consideram ilegais, como **roubo de bicicletas, roubo de cabos elétricos, furto de produtos de baixo valor monetário e até mesmo posse de cosméticos**. Esses casos levantam dúvidas sobre o critério utilizado na seleção dos suspeitos e se as prisões foram realmente fundamentadas.

É importante que tanto as autoridades responsáveis pela operação quanto a sociedade em geral acompanhem esses desdobramentos com cautela, garantindo o cumprimento dos direitos civis e buscando soluções justas para a segurança pública.

Com informações do site G1.