Passageiros resilientes desafiam o aquecimento global e elevam lucros das companhias aéreas

Aquecimento global e preços altos não intimidam passageiros de companhias aéreas

No último relatório de lucros divulgado pelo IAG, proprietário da British Airways, foi constatado um aumento sem precedentes nos ganhos das companhias aéreas. Os viajantes determinados estão impulsionando esse crescimento, mesmo diante do aumento dos preços das passagens aéreas. As viagens transatlânticas e de lazer têm sido as mais populares entre os consumidores, que têm priorizado suas férias.

A Air France-KLM também afirmou que suas cabines de classe executiva estão sendo ocupadas por turistas, o que indica uma grande demanda por esses voos. É importante ressaltar que esse aumento nas reservas ocorre em um momento em que as temperaturas estão atingindo recordes e o Secretário-Geral da ONU alerta para distúrbios globais.

Apesar do considerável aumento nas tarifas aéreas, que aumentaram cerca de 30% na Europa este ano, as companhias aéreas continuam registrando sólidas reservas. Nos Estados Unidos, por exemplo, a United Airlines teve um aumento de 42% na receita de voos para a Europa no último trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. A Delta também relatou um crescimento significativo nas vendas de voos transatlânticos, chegando a 65%.

Os gastos do consumidor têm se mostrado resilientes, com uma continuidade no turismo e experiências. Segundo o CEO da Mastercard, Michael Miebach, os usuários de cartões da empresa gastaram 154% mais no exterior no segundo trimestre em comparação com os níveis de 2019.

A Royal Caribbean, uma das maiores companhias de cruzeiros do mundo, divulgou um excelente desempenho de seus negócios. Houve uma demanda excepcionalmente forte por cruzeiros, resultando em mudanças significativas nas reservas e nos preços.

Todo esse comportamento dos consumidores em relação aos gastos, mesmo diante do aumento dos preços e das taxas de juros, alimenta esperanças de que os Estados Unidos evitem uma recessão. No segundo trimestre, o PIB americano cresceu mais do que o esperado, atingindo 2,4%, e houve um aumento de 1,6% nos gastos do consumidor, superando as expectativas.

Empresas como Colgate-Palmolive e Coca-Cola asseguraram aos investidores que os consumidores resilientes continuam a gastar. Os cinemas no Reino Unido têm registrado uma grande ocupação nos últimos quatro anos. Nos Estados Unidos, o ano teve seu melhor fim de semana de abertura nos cinemas.

Apesar disso, é importante mencionar que muitos lares estão fazendo ajustes em seus orçamentos e famílias mais pobres estão sendo afetadas pelos aumentos nos preços dos alimentos e da energia. Entretanto, o consumo se mantém melhor do que o previsto nos Estados Unidos, Reino Unido e zona do euro.

É provável que os consumidores ainda não tenham utilizado todas as economias acumuladas durante a pandemia, o que pode contribuir para a manutenção dessa recente força do consumo por um período mais prolongado. No entanto, especialistas alertam que os gastos do consumidor podem diminuir na segunda metade do ano. Alguns fatores como a utilização das economias da pandemia, o aumento do desemprego e os pagamentos da dívida de empréstimos estudantis podem afetar negativamente os gastos discricionários dos consumidores, principalmente em itens luxuosos como decoração doméstica e banheiras de hidromassagem.

Com informações do site UOL.