Robô do INSS já analisa 4 de 10 aposentadorias: mas qual é o outro lado da automatização?

A Previdência Social no Brasil tem enfrentado um antigo problema: longos tempos de espera para a concessão de benefícios.

A Previdência Social no Brasil tem enfrentado um antigo problema: longos tempos de espera para a concessão de benefícios. No entanto, o uso da tecnologia está revolucionando esse cenário. Um recente estudo realizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelou que mais de um milhão de pessoas estavam aguardando assistência. Para resolver essa questão, a automatização foi introduzida no processo de análise das solicitações de aposentadoria, pensão e bem-estar, e os resultados iniciais são promissores.

Nos meses de fevereiro, abril, maio, junho e julho deste ano, 40% das aprovações de aposentadoria foram realizadas por meio da inteligência artificial. Em julho, os dados mais recentes indicaram que 37% das 500.347 solicitações foram decisões automatizadas. Já em janeiro, as decisões automatizadas representaram 31% do total.

Um aspecto importante dessa automatização é que os beneficiários devem revisar cuidadosamente suas informações antes de submeterem as solicitações para evitar rejeições. Adriane Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), ressalta que muitos dos beneficiários possuem conhecimentos jurídicos limitados e não estão familiarizados com as questões relacionadas à seguridade social. Ela alerta que os benefícios podem ser negados tão rapidamente quanto solicitados caso haja informações incorretas ou ausentes.

Adriane explica que após uma solicitação rejeitada, os beneficiários devem aguardar 30 dias antes de realizar um novo pedido. Portanto, é essencial garantir que todas as informações estejam corretas antes de enviá-las. No entanto, ela enfatiza que é possível corrigir essas informações apenas por telefone, através do número 135, e não pelo aplicativo ‘Meu INSS’. A tecnologia é útil e inevitável, mas ao mesmo tempo exclui aqueles que não possuem acesso à internet nem familiaridade com sistemas digitais.

André Beschizza, advogado especializado em direito previdenciário, concorda com Adriane. Ele acredita que a automatização pode comprometer a qualidade da análise dos benefícios, levando a decisões injustas. O fato de serem imediatamente rejeitados pedidos sem documentos faltantes ou permitir a correção das informações pode resultar em injustiças para muitos beneficiários. Além disso, muitos usuários do INSS são idosos e a exclusão digital nesse grupo etário é uma preocupação importante.

Beschizza destaca que a redução do atendimento presencial para esclarecimentos e orientações também tem impactado negativamente os beneficiários nos últimos anos, devido à falta de pessoal. Portanto, ele ressalta a importância de encontrar um equilíbrio entre a automatização para ganhar eficiência e garantir acessibilidade e imparcialidade no processo de concessão de benefícios do INSS.

Em conclusão, embora o uso da tecnologia traga vantagens em termos de eficiência na análise das solicitações de benefícios da Previdência Social, é crucial considerar o impacto que isso pode ter nos beneficiários, especialmente aqueles que não estão familiarizados com a tecnologia ou não têm acesso à internet. É necessário garantir que o sistema seja aprimorado sem deixar ninguém sem apoio ou criar barreiras para os menos familiarizados com as novas ferramentas tecnológicas.

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RelatórioTecnologia transforma o processo de solicitação de benefícios da Previdência Social
ProblemaLongos tempos de espera para a concessão de benefícios
EstudoMais de um milhão de pessoas aguardando assistência
AutomatizaçãoIntroduzida no processo de análise das solicitações
Resultados40% das aprovações de aposentadoria realizadas por inteligência artificial
Decisões automatizadas37% das 500.347 solicitações em julho
BeneficiáriosDevem revisar cuidadosamente suas informações antes de submeterem as solicitações
AlertaInformações incorretas ou ausentes podem levar à rejeição
Correção de informaçõesApenas por telefone, não pelo aplicativo ‘Meu INSS’
PreocupaçãoExclusão digital de idosos e falta de pessoal para atendimento presencial
Equilíbrio necessárioAutomatização para eficiência, mas garantindo acessibilidade e imparcialidade
ConclusãoUso da tecnologia traz vantagens, mas é importante considerar o impacto nos beneficiários
Fonte[Inserir Fonte]

Com informações do site InfoMoney.

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