Sem desoneração, cadeia de logística corre risco e consumidor pode ser afetado, diz associação

Alerta da Associação Brasileira de Operadores Logísticos

A Associação Brasileira de Operadores Logísticos emitiu um alerta sobre o risco de queda na qualidade dos serviços logísticos fornecidos à cadeia produtiva e aos consumidores finais caso a isenção fiscal para 17 setores seja encerrada em dezembro deste ano. O projeto de lei que propunha estender essa medida até o final de 2027 foi aprovado pelo Congresso Nacional, porém, foi vetado na íntegra pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguindo uma recomendação do Ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Com essa decisão presidencial, a medida fiscal que está em vigor desde 2011 chegará ao fim no final de 2023. Lula decidiu vetar o texto na última quinta-feira (23), que era o prazo final para tomar tal decisão. Agora, espera-se que o legislativo analise essa decisão do presidente na próxima sessão, marcada para esta quinta-feira (30).

Os operadores logísticos, que acreditavam na aprovação da prorrogação até 2027, já estimaram custos para manter empregos e realizar novas contratações com base nesse benefício concedido pela isenção fiscal. A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) é responsável por gerar cerca de 2 milhões de empregos diretos e indiretos no país.

Impacto nos empregos e nos preços dos serviços

Segundo uma pesquisa realizada pela própria Abol entre seus membros, todos eles terão que reduzir as novas contratações previstas para 2024 caso o veto seja mantido. Além disso, caso não haja prorrogação da isenção fiscal, será necessário revisar as projeções relacionadas aos preços dos serviços prestados, bem como os custos de projetos, investimentos, abertura de novas instalações e formação profissional.

Papel essencial dos operadores logísticos

Os operadores logísticos desempenham um papel essencial nas cadeias de produção e abastecimento. Eles são responsáveis por fornecer serviços logísticos integrados – transporte, armazenamento e gestão de estoque – para praticamente todas as atividades econômicas realizadas no país, desde a agroindústria até o comércio eletrônico. A Abol opera em todos os estados brasileiros, possuindo um grande número de instalações, como armazéns, centros de distribuição e terminais.

Impacto nos custos trabalhistas

A isenção fiscal tem permitido que a contratação de funcionários sob o regime CLT seja mais barata e economicamente atrativa para os operadores logísticos do que a contratação de terceirizados. De acordo com a entidade, aproximadamente 82% da força de trabalho desses operadores é composta por funcionários sob o regime CLT, enquanto apenas 18% são terceirizados. Do ponto de vista dos custos trabalhistas, os funcionários contratados no regime CLT representam 71% do total, enquanto os terceirizados representam 29%.

Benefícios da isenção fiscal

Os benefícios gerados pela isenção fiscal desde sua implementação em 2011 são evidentes e podem ser comprovados mediante uma análise prática da saúde financeira dos operadores logísticos. Contrariando informações incorretas divulgadas sobre o assunto, o CEO da Abol destacou que esses benefícios são facilmente verificáveis ao comparar o planejamento financeiro dos operadores antes e depois da implementação dessa medida fiscal, ressaltando a importância de sua prorrogação para o setor.

Resumo da Notícia
Associação Brasileira de Operadores Logísticos alerta para risco de queda na qualidade dos serviços logísticos caso isenção fiscal seja encerrada em dezembro.
Projeto de lei que propunha prorrogação até 2027 foi vetado pelo presidente Lula da Silva.
Operadores logísticos estimam redução de contratações e revisão de projeções caso veto seja mantido.
Isenção fiscal permite contratação de funcionários CLT mais barata e atrativa para operadores logísticos.
Benefícios gerados pela isenção fiscal são evidentes e comprovados pela saúde financeira dos operadores logísticos.

Com informações do site R7.com.

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