Carandiru: Conheça a “Rua das Flores”, a ala de travestis da prisão

Na Penitenciária de Carandiru, um espaço singular se destaca pela sua atmosfera de respeito e convivência harmoniosa. Trata-se da “Rua das Flores”, uma área ocupada por travestis e gays que contrasta com a dura realidade do restante do presídio.

Situada no quarto andar do pavilhão 5, a “Rua das Flores” abrigava prisioneiros com características femininas, como seios, cabelos longos e traços que remetiam ao universo feminino. Na época retratada na reportagem, o termo LGBT ainda não era amplamente utilizado, sendo esses indivíduos chamados de transgêneros pela linguagem prisional.

A admissão nessa área especial ocorria mediante um processo rigoroso de avaliação. Existiam três categorias de homossexuais dentro do Centro de Detenção Carandiru: aqueles que já se identificavam como tal antes de serem presos; aqueles que descobriram sua sexualidade durante o período de detenção; e aqueles que foram forçados a adotar um estilo de vida homossexual por pressão dos demais detentos, muitas vezes sujeitos a abusos e exploração.

Dentro da “Rua das Flores”, reinava uma surpreendente harmonia. Esses prisioneiros eram valorizados por desempenharem papéis importantes na rotina prisional, como limpar as celas e preparar alimentos. Além disso, contribuíam com um toque feminino que tornava a vida carcerária um pouco mais acolhedora. A estética também era um destaque, com celas decoradas com corações de papel e sempre repletas de flores.

Apesar do ambiente prisional duro e hostil, a “Rua das Flores” proporcionava momentos de felicidade, organizando desfiles de moda e participando de apresentações. Esses prisioneiros viviam intensamente, preparando refeições especiais e bolos para presentear os outros pavilhões, além de cuidarem das celas. Era evidente uma harmonia genuína entre as pessoas na “Rua das Flores” e os demais detentos. Ninguém era discriminado ou reprimido por sua sexualidade.

Em suma, essa área única na Penitenciária de Carandiru representava um refúgio interno marcado por momentos de festividade em meio às dificuldades do sistema carcerário. Ali, nascia uma convivência respeitosa entre indivíduos transgêneros e gays, trazendo à tona lembranças de noites parisienses em meio às paredes da prisão.

NotíciaAvenida das Plantas: O encanto da Penitenciária de Carandiru
LocalizaçãoQuarto andar do pavilhão 5
Categorias de homossexuais– Prisioneiros que já se identificavam como tal antes de serem presos
– Prisioneiros que descobriram sua sexualidade durante a detenção
– Prisioneiros que foram forçados a adotar um estilo de vida homossexual
Atividades na “Avenida das Plantas”– Limpeza das celas
– Preparação de alimentos
– Organização de desfiles de moda e apresentações
– Decoração das celas com corações de papel e flores
ConvivênciaHarmonia entre os prisioneiros na “Avenida das Plantas” e os demais detentos, sem discriminação ou repressão por sua sexualidade
Refúgio internoÁrea singular que proporcionava momentos de festividade em meio às dificuldades do sistema carcerário

Com informações do site Carandiru

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