Sem alertas nos rótulos, consumidor brasileiro pode ser superexposto a adoçantes
No ano de 2023, novas medidas de rotulagem de produtos ultraprocessados foram implementadas no Brasil. A partir do mês de outubro, os consumidores poderão encontrar alertas na parte frontal das embalagens indicando altos níveis de açúcar adicionado, gordura saturada e sódio. Essa decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há três anos, visando fornecer informações mais claras para auxiliar os consumidores na tomada de decisões alimentares conscientes.
Embora esses alertas sejam importantes, é válido destacar que nem todas as informações relevantes são fornecidas por meio deles. Um exemplo disso é a substituição do açúcar por adoçantes artificiais. Esses aditivos alimentares possuem um sabor mais doce do que o próprio açúcar e estão presentes em muitos produtos, como o aspartame e a sucralose. No entanto, essas substâncias são mencionadas apenas em letras pequenas e geralmente escondidas na lista de ingredientes na parte posterior dos rótulos.
Essa questão foi observada no Chile, país da América Latina que implantou rótulos de advertência há sete anos. A substituição do açúcar por adoçantes artificiais tem sido uma consequência indesejada dessa medida. As empresas chilenas reduziram a quantidade de açúcar em seus produtos e acrescentaram adoçantes, o que levanta preocupações sobre a exposição excessiva a esses aditivos.
A nutricionista e pesquisadora Vanessa Montera destaca que essa substituição de açúcar por adoçantes artificiais pode levar a uma exposição cada vez maior a esses aditivos, o que pode trazer outras preocupações para a saúde dos consumidores.
Além disso, há receios quanto ao impacto no sabor dos alimentos e à possibilidade de confundir os consumidores, principalmente as crianças. Um estudo realizado no Chile revelou que muitos pais não estão cientes da presença de adoçantes artificiais nos alimentos e, consequentemente, não conseguem regular a quantidade consumida por seus filhos. Isso pode influenciar na preferência por sabores doces.
O modelo adotado pelo Brasil segue as diretrizes propostas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), um braço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essas diretrizes definem critérios para identificar produtos processados e ultraprocessados com altos níveis de açúcares, gorduras e sódio, além de recomendar advertências na parte frontal da embalagem. Recentemente, o México e a Argentina também adotaram medidas semelhantes em relação ao uso desses alertas.
Essas novas regulamentações têm como objetivo principal fornecer informações claras aos consumidores para que eles possam fazer escolhas mais conscientes sobre sua alimentação. No entanto, é importante enfatizar a necessidade de estar atento às substituições do açúcar por adoçantes artificiais e aos possíveis impactos na saúde.
| Notícia | Resumo |
|---|---|
| Novas regulamentações de rotulagem de alimentos entram em vigor no Brasil | No ano de 2023, novas medidas de rotulagem de produtos ultraprocessados foram implementadas no Brasil. A partir do mês de outubro, os consumidores poderão encontrar alertas na parte frontal das embalagens indicando altos níveis de açúcar adicionado, gordura saturada e sódio. |
| Substituição do açúcar por adoçantes artificiais | A substituição do açúcar por adoçantes artificiais tem sido uma consequência indesejada da implementação dos alertas de rotulagem. Esses aditivos alimentares estão presentes em muitos produtos, mas são mencionados apenas em letras pequenas e geralmente escondidos na lista de ingredientes na parte posterior dos rótulos. |
| Preocupações com a exposição excessiva a adoçantes artificiais | A substituição do açúcar por adoçantes artificiais pode levar a uma exposição cada vez maior a esses aditivos, o que pode trazer outras preocupações para a saúde dos consumidores. Há também receios quanto ao impacto no sabor dos alimentos e à possibilidade de confundir os consumidores, principalmente as crianças. |
| Modelo adotado pelo Brasil segue diretrizes da OPAS | O modelo adotado pelo Brasil segue as diretrizes propostas pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), definindo critérios para identificar produtos processados e ultraprocessados com altos níveis de açúcares, gorduras e sódio, além de recomendar advertências na parte frontal da embalagem. |
| Objetivo das regulamentações é fornecer informações claras aos consumidores | Essas novas regulamentações têm como objetivo principal fornecer informações claras aos consumidores para que eles possam fazer escolhas mais conscientes sobre sua alimentação. No entanto, é importante estar atento às substituições do açúcar por adoçantes artificiais e aos possíveis impactos na saúde. |
Com informações do site O Joio e O Trigo.