Hacker revela promessa de indulto de Bolsonaro para invadir urnas; CPI investiga

Hacker afirma que Bolsonaro prometeu indulto em troca de invasão de urnas

Em depoimento à CPI sobre Atos Subversivos, o hacker Walter Delgatti Neto revelou informações importantes relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, Bolsonaro teria prometido um indulto caso Delgatti fosse preso ou condenado por suas atividades relacionadas às máquinas de votação eletrônica. Essa promessa teria sido feita durante uma reunião no Palácio do Alvorada, com a mediação da deputada federal Carla Zambelli.

Delgatti afirmou que Bolsonaro tinha interesse em que ele examinasse o código-fonte das máquinas eletrônicas de votação. No entanto, ficou evidente que o código-fonte estava sob a custódia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que tornava impossível o acesso externo. Diante disso, especialistas do Ministério da Defesa foram designados para transmitir informações relevantes obtidas pelo TSE ao hacker.

Vale ressaltar que Delgatti Neto já ganhou notoriedade ao vazar mensagens atribuídas a Sergio Moro e membros da Lava Jato em 2019, o que resultou em sua prisão e envolvimento na Operação Spoofing da Polícia Federal. Recentemente, ele também foi investigado por hackear os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um mandado de prisão falso contra o Ministro Alexandre de Moraes.

No depoimento oficial, Delgatti afirmou que Carla Zambelli foi responsável por redigir o documento falso incluindo a expressão “faz o L”, lema da campanha eleitoral de Lula. O hacker foi liberado da prisão em 2020, porém com medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições ao acesso à internet. No entanto, ele foi preso novamente em diferentes ocasiões.

A CPI aprovou 6 pedidos para convocar Walter Delgatti Neto a depor. Primeiramente, ele foi preso por descumprir as medidas cautelares e, posteriormente, liberado com a obrigação de usar a tornozeleira eletrônica. No dia 2 deste mês, ele foi novamente preso como parte de uma operação da Polícia Federal que investiga um plano de hackear sistemas judiciais.

Durante seu depoimento na CPI, o ministro Edson Fachin do STF autorizou o hacker a ficar em silêncio, atendendo a um pedido de sua defesa. Essas são as informações mais relevantes até o momento nesse caso em andamento.

Com informações do site G1.