No simpósio internacional realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Telecomunicações (Ceatel) da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), foi discutida a complexidade do mercado de telecomunicações e as dificuldades enfrentadas pelos clientes na seleção de planos ideais para suas necessidades.

De acordo com Rute Saraiva, participante do evento e pesquisadora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a racionalidade limitada dos clientes dificulta a compreensão das informações disponíveis e as constantes mudanças nas ofertas acabam confundindo ainda mais. Como resultado, muitos ficam presos aos mesmos planos devido à inércia.

Para se aproveitarem dessa situação, as empresas utilizam estratégias como apresentar ofertas confusas aos clientes, o que é classificado por George Akerlof como “phishing para tolos”. Rute defende que os órgãos reguladores devem priorizar a proteção dos clientes, identificando os riscos envolvidos e buscando intervenções efetivas para minimizá-los.

Dentre os instrumentos que os reguladores podem adotar, Rute mencionou a modelagem das informações fornecidas pelas empresas, o controle de aspectos específicos e a exigência de prospectos ou etiquetas nos produtos. Além disso, destacou-se a prática já estabelecida no Brasil que permite aos clientes trocar para planos mais simples com seus provedores de serviços.

Cristiana Camarate, Superintendente de Relações com o Consumidor da Anatel e moderadora do painel, informou que a agência irá utilizar inteligência artificial para analisar as reclamações recebidas contra os provedores de telecomunicações. Em 2022, foram registradas 1,8 milhão de reclamações apenas no Brasil. A Anatel também está atenta aos problemas relacionados ao “design enganoso” e às “práticas obscuras”, que são proibidas em Portugal.

O simpósio, intitulado “Análise Econômica do Direito, Regulação e Competição”, continuará suas atividades no dia 13 de fevereiro. Este evento tem como objetivo discutir os desafios enfrentados no setor de telecomunicações e propor soluções para melhorar a experiência dos clientes.

Em resumo, as discussões realizadas no simpósio evidenciaram as dificuldades enfrentadas pelos clientes na seleção de planos de telecomunicações, bem como as estratégias utilizadas pelas empresas para se beneficiarem dessa situação. Os especialistas destacaram a importância da atuação dos reguladores na proteção dos consumidores e apresentaram possíveis instrumentos e medidas que podem ser adotados. A aplicação da inteligência artificial para análise de reclamações e o estabelecimento de práticas mais transparentes também foram mencionados como caminhos a serem seguidos.

Resumo da Notícia
No simpósio internacional realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Telecomunicações (Ceatel) da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), foi discutida a complexidade do mercado de telecomunicações e as dificuldades enfrentadas pelos clientes na seleção de planos ideais para suas necessidades.
Rute Saraiva, pesquisadora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, destacou a racionalidade limitada dos clientes, que dificulta a compreensão das informações disponíveis e resulta em muitos clientes presos aos mesmos planos devido à inércia.
As empresas utilizam estratégias como apresentar ofertas confusas aos clientes, o que é classificado como “phishing para tolos” por George Akerlof. Rute defende a proteção dos clientes pelos órgãos reguladores, com intervenções efetivas para minimizar os riscos envolvidos.
Entre os instrumentos que os reguladores podem adotar estão a modelagem das informações fornecidas pelas empresas, o controle de aspectos específicos e a exigência de prospectos ou etiquetas nos produtos. Destacou-se também a prática no Brasil que permite aos clientes trocar para planos mais simples com seus provedores de serviços.
A Anatel utilizará inteligência artificial para analisar reclamações contra os provedores de telecomunicações. Em 2022, foram registradas 1,8 milhão de reclamações apenas no Brasil. A agência também está atenta a problemas como “design enganoso” e “práticas obscuras”, proibidas em Portugal.
O simpósio “Análise Econômica do Direito, Regulação e Competição” continuará suas atividades no dia 13 de fevereiro, com o objetivo de discutir os desafios do setor de telecomunicações e propor soluções para melhorar a experiência dos clientes.

Com informações do site Tele.Síntese.

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